Falava que via o outro, mas entre os dois sempre existiu:
- Todo mundo acha que sou, então você também deve...
- Ninguém acredita no que você faz quando conto...
- O que vão achar de mim se você...
- O que você faz não existe...
- Todo mundo de lá está decepcionado com sua atitude...
Se incomodava o outro, só podia ser implicância, besteira ou palhaçada. Continuava fazendo com o outro: não importava quantos “nãos” ouvia. O EU era assim e por se considerar sagrado em suas crenças deveria ser sempre atendido!
Reclamava sempre que podia que o outro não era mais o personagem da memória. Será que o outro um dia foi assim mesmo? Se interessava em saber o que o outro é agora?
Talvez o outro fosse só um acessório importante para ganhar parabéns e curtidas ao vestir o personagem apresentado a todo o mundo...
Não ouviu quando falou e não ouviu quando gritou: estava muito alto no Olimpo, sendo adorado pelos outros para ouvir e ver que o acessório estava vivo, cansou do papel e tinha limites.
